segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Assembleia Municipal de Vieira do Minho - 1 Fevereiro 2019 - Ponto 13 – Não aceitação de transferência de competências






Ponto 13 – Não aceitação de transferência de competências ao abrigo da Lei nº 50/2018, de 16 de Agosto – Declaração de Voto

Mais uma vez o Governo do Partido Socialista com toda a pompa e circunstância faz uma reforma que é uma mão-cheia de nada, que é opaca, insuficiente para as necessidades que visa acautelar, deixando às autarquias a braços com responsabilidades de que o Estado parece querer livrar-se, sem contudo, as dotar dos meios materiais e humanos imprescindíveis.
Este pretenso modelo descentralizador que o Governo criou, foi imposto de cima para baixo e sem a necessária consensualização com as autarquias locais. Neste ano e no próximo as autarquias podem – como fizemos agora – decidir quais as competências que querem assumir mas em 2021 essa transferência tornar-se-á obrigatória!
A transferência de competências implica não só a manutenção da respetiva autonomia administrativa e a atribuição do poder de execução ao órgão destinatário das novas competências, mas também o poder de decisão, regulamentação, planeamento e fiscalização, de modo a que esses órgãos possam assumir o encargo de desenvolver funções públicas e de prestarem serviços públicos com qualidade, eficientes, universais e em condições de igualdade de acesso; acrescendo a tudo isto a indispensável transferência, pelo Governo, dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais adequados.
No relatório elaborado pela Secretaria de Estado das Autarquias Locais e entregue à Associação Nacional de Municípios Portugueses verifica-se que os valores que o Governo pretende transferir para o poder local não cobrem os gastos que as autarquias vão ter com as novas competências.
Todo este processo da descentralização parece um processo de alijamento de encargos e de obrigações por parte do Governo, completamente alheado da realidade territorial, organizativa e financeira das autarquias nacionais e, acima de tudo, das necessidades das populações e da capacidade e da eficácia da resposta a dar-lhes.

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