segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Assembleia Municipal de Vieira do Minho - 23 de Novembro 2018 - Intervenção no período antes da Ordem do Dia









Ex.ma Senhora Presidente da Assembleia Municipal e restante mesa
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal e senhores vereadores
Ex.mos membros da Assembleia Municipal
Ex.mos Senhores Presidentes de Junta de Freguesia
Público presente
Comunicação social

No próximo domingo comemora-se o 43.º aniversário do 25 novembro, o movimento que conteve a ala radical do Movimento das Forças Armadas, apoiada pela extrema-esquerda, e determinou a natureza pluralista e democrática do regime político e constitucional português, consolidando assim o processo democrático iniciado pelo 25 de Abril. O “25 de novembro”, ato singular da nossa história, marca indelevelmente o fim da transição revolucionária.

O povo português não sucumbiu às manobras de uma franja radical da sociedade portuguesa, que podiam ter resvalado numa guerra civil, rejeitando uma visão autocrática e internacionalista de Portugal. O povo português conseguiu, com firmeza, romper com a ditadura de 40 anos e aceitar um caminho diferente, que nos salvou de uma nova ditadura de sinal contrário.

Essa viragem foi decisiva para que Portugal aceitasse pluralmente uma continuidade exemplar na política de integração europeia e ocidental. Com efeito, este entendimento vigora ainda hoje e é partilhado pela esmagadora maioria do povo português.

Neste contexto, é importante salientar o contributo dos partidos democráticos e a resistência valorosa de muitas figuras de relevo, que permitiram que hoje Portugal seja um país democrático, prestigiado, aberto e tolerante, integrado na União Europeia, em pleno desenvolvimento.

É debaixo dessa unidade feita pela história que celebramos, uma vez mais, o dia que garantiu o caminho pacífico e democrático do nosso povo. Alguns poderão achar esta evocação supérflua, outros pugnarão por assinalar este momento como um dia de liberdade, um dia de democracia.

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Há quatro dias, na passada segunda-feira à tarde, entre as localidades de Borba e Vila Viçosa, uma estrada colapsou e empurrou consigo cinco pessoas para o fundo de uma pedreira, da qual só um corpo foi ainda resgatado.
O Estado falhou mais uma vez. Depois dos grandes fogos de 2017, depois de Tancos, o Estado falhou mais uma vez, e não é difícil fazer a analogia entre este caso e o de Entre-os-Rios ocorrido em 2001.
No passa-culpas habitual, o governo diz que não sabia de nada e que a estrada, outrora com honras de estrada nacional, tinha sido municipalizada em 2005. A Associação Nacional de Municípios já veio acusar o Governo de entregar estradas em mau estado às autarquias sem qualquer contrapartida financeira, acrescentando que casos como o da estrada de Borba estão longe de ser caso único.
No Verão deste ano foi aprovada a Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais - Lei n.º 50/2018 – que prevê a assunção de novas competências pelas autarquias locais, substituindo-se as autarquias à administração central em determinadas matérias.
As reservas que o CDS apresentou aquando da votação da lei da descentralização, na qual se absteve, fazem hoje, como faziam então, todo o sentido. A saber: «deve ficar devidamente salvaguardado que os municípios e as entidades envolvidas dispõem de todos os recursos, financeiros, materiais e humanos, necessários ao pleno cumprimento dessas funções.»

Também nestes quatro dias houve repercussões deste acontecimento em Borba aqui no concelho de Vieira do Minho. Apesar de se encontrar há largos meses derrocada uma parte da via na Estrada Nacional 103 no lugar do Outeiro em Louredo, apesar dos insistentes alertas – segundo sabemos - junto das entidades competentes por parte desta Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, foi necessária uma reportagem da Vieira do Minho TV, amplamente partilhada através das redes sociais, para que finalmente a Infraestruturas de Portugal, responsável pela sua manutenção, anunciasse que vai reparar essa derrocada.
E daqui poderíamos ir à questão da limpeza da mesma estrada nacional, bem como da EN 304 e da EN 205, cuja limpeza de bermas só agora, passado o Verão, foi executada. E mesmo assim não em toda a sua extensão. As cativações do Ministro Centeno a isso o obrigam, colocando em risco todos que destas estradas necessitam para circular.


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